sábado, 31 de janeiro de 2009

À conquista de um lugar entre os "Guinness World Records"

Este texto é especialmente dedicado, a título de homenagem, ao restrito grupo de bravos heróis que tiveram a honra, mas sobretudo a coragem, de estar presentes no jantar que se realizou em casa do Batemuma por altura das últimas férias de Natal, mais precisamente, dia 17 de Dezembro. Começo por chamar a vossa atenção para o facto de, caso não tenham reparado neste pequeno (grande) pormenor, o nosso anfitrião não se encontrar presente no dia em questão. Porquê? Porque infelizmente o jantar foi marcado para o dia imediatamente a seguir ao da sua partida para os Açores! Há quem diga que é o destino, eu prefiro chamar-lhes tristes "coincidências". A vida está cheia delas. Continuando. Terminado o jantar, arrumou-se o quarto do ausente anfitrião - que tinha servido de sala de jantar - e lavou-se a loiça suja. A única coisa que se pode dizer que ficou fora do seu devido lugar, foi o tacho onde havia sido confeccionado o manjar, visto ainda conter uma quantidade apreciável de comida. E eis que chegámos ao âmago da questão. Se bem me lembro, alguns dos convidados tinham teste no dia seguinte e, portanto, foram mais cedo para casa. Isto impediu-os de acompanhar os restantes na sua ida para a noite, e fez, também, com que perdessem o Bodas a fazer de GPS no regresso a casa, facto a ser relatado numa próxima oportunidade. Chegados ao lar, doce lar, ajudei o Bodas a ir para a cama, certifiquei-me que ele ficava bem, e fui-me deitar. No dia seguinte, enquanto comíamos o habitual "pequeno-almoço dos campeões" na cozinha, e nos preparávamos para voltar para casa, reparámos no tacho com os restos do jantar da noite anterior. Como sempre, o Bodas resolveu brincar com o fogo, e decidiu pôr a besta à prova! Portanto, deixou ficar o tacho com os restos do repasto no fogão para ver se o Batemuma o lavava quando voltasse de férias. Não demorou muito para que esta irreflectida brincadeira se revelasse o erro de uma vida! Já se está mesmo a ver o que aconteceu, não está? É isso mesmo que estão a pensar! Ainda hoje, data em que passam precisamente 45 dias depois da realização do jantar, o tacho está exactamente no mesmo sítio, e por lavar! É que ao regressar a casa, uma vez terminadas as férias, e depois de ver o "presente envenenado" que o Bodas lhe tinha deixado, o Batemuma - talvez algo melindrado por não ter sido convidado para o jantar, vá-se lá saber porquê - embirrou que tinha que ser o Bodas a lavar o tacho! Foi então que surgiu este nojento braço-de-ferro entre os dois, que se arrasta até aos dias de hoje. Sei que sou suspeito, mas se soubessem as vezes que já vi o Bodas lavar a loiça suja que o Batemuma deixa na cozinha (isto já para não falar das vezes sem conta que limpou e lavou as zonas comuns da casa), estou certo que, tal como eu, torciam pela sua vitória neste repugnante mano-a-mano. Escusado será dizer que o conteúdo do tacho, além de estar coberto de bolor, facto que lhe confere uma bonita tonalidade esverdeada, emana um vil e indescritível odor. Não deve faltar muito tempo para que uma das unidades operativas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge coloque os restantes moradores do prédio em quarentena. Mas acham que isso incomoda o Batemuma? Claro que não! O homem continua a fazer a sua vida como se nada de anormal se passasse naquela cozinha! Provavelmente até já se candidatou a um lugar entre os "Guinness World Records", como sendo a única pessoa no mundo capaz de sobreviver a um ataque biológico, devido ao seu elevado grau de imunidade a estes agentes. Curiosos? Se quiserem pôr o vosso estômago à prova, basta darem um salto lá a casa e destaparem o tacho. Se acham que ele não aguenta aquele espectáculo ao vivo, e preferirem não arriscar, peçam ao Bodas que vos mostre, ou envie, a fotografia que tem guardada no telemóvel. Acreditem que, apesar de se encontrar já algo desactualizada, e de não deitar cheiro, ainda é capaz de vos proporcionar uma bonita recordação para o resto da vida, pois não creio que consigam apagar aquela tenebrosa e assustadora imagem da vossa memória nos próximos anos. Assim que houver desenvolvimentos em relação ao muito aguardado desenlace deste duelo de titãs, cá estarei para os partilhar convosco. Até lá... força Bodas!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A eterna piada

Quando, numa noite que parecia ser como tantas outras, nos sentámos em frente ao tabuleiro do "Trivial Pursuit" para mais um serão cultural, estávamos longe de imaginar que uma simples frase, proferida no calor do jogo, iria permanecer para sempre nas nossas memórias. Quem nunca defrontou o Batemuma neste jogo não saber a sorte que tem, uma vez que não imagina o tempo necessário para terminar uma simples partida. É que a resposta a cada pergunta que lhe é colocada, começa na origem do problema, passa pela descrição pormenorizada da sua evolução histórica, e termina no preciso minuto em que lhe foi efectuada a pergunta! A única maneira que encontrámos para contrariar com algum sucesso esta infeliz tendência, passava por começar a pressionar o homem mal acabávamos de ler a pergunta. Esta técnica envolvia acções muito variadas, como por exemplo: bater com a mão na mesa (num claro sinal de desistência); perguntar, muito escandalizados: "Não me digas que não sabes isso?"; afirmar convictamente: "Isso é básico!", ou: "Ainda ontem saiu essa pergunta!" Só que desta vez a pergunta permitia o improviso, e o Bodas, não se fazendo rogado, resolveu inovar, dando uma resposta que ficou para a história. Era pedido o nome de um Papa, e assim que acabou de ler a pergunta, o Bodas decidiu ajudar o Batemuma, e deu a seguinte resposta por ele: "Foi o Papa Misto!" Antes que ele se apercebesse da situação, pois continuava muito concentrado na procura da resposta certa, ainda consegui complementar a ideia: "Mais concretamente, o Papa Misto I!" Finalmente, lá desistiu de responder e, rendido à qualidade daquela "resposta", soltou um dos seus suaves sorrisos característicos (completamente abafado pelo som das nossas gargalhadas), perguntando, de seguida, com toda a calma que lhe é habitual: "Onde é que vocês foram buscar agora essa do Papa Misto I?" A história até podia ficar por aqui, não fosse a memória de peixe dourado do nosso amigo! É que depois dessa noite, voltámos a proferir, em várias ocasiões (na sua esmagadora maioria sem qualquer contexto ou sentido), aquela frase. E não é que, para nosso espanto, o homem voltou a cair? Parecia que se tinha esquecido, e que nunca na vida tinha ouvido aquilo antes! O pior é que, tal como o cão do Pavlov não conseguia evitar salivar ao ouvir a campainha tocar, também o Batemuma não consegue evitar a sua (já clássica) reacção àquela afirmação: sorrir, e perguntar: "Onde é que vocês foram buscar agora essa do Papa Misto I?" E, o mais interessante, é que ainda hoje resulta! Não acreditam? Experimentem tocar à campainha, e quando o ouvirem dizer: "Sim?", basta dizerem, assim do nada: "Papa Misto I". Logo verão a resposta…

sábado, 24 de janeiro de 2009

Querido, (não) mudei a casa!

Tive, muito recentemente, o "prazer" de voltar a ser colega de casa do Batemuma por alguns dias. Como seria de prever, este regresso temporário foi suficientemente longo para permitir a recolha de mais algumas peripécias do nosso herói. Felizmente, a fonte nunca seca! Passemos então ao que interessa. Quando o novo morador daquela casa - mais um infeliz, enganado para ocupar o quarto que eu deixei vago - reparou com atenção no estado degradado em que se encontram os armários da cozinha, pensou que seria capaz de vingar onde outros, antes dele, haviam falhado. Portanto, cheio de esperança, e com fé numa rápida mudança, talvez por ainda não conhecer bem a peça, perguntou corajosamente ao Batemuma: "Não podemos pedir ao senhorio que nos ponha uns armários novos? Pelo menos pode-nos dar umas latas de verniz, não achas?" Muito admirado com o conteúdo do pedido que acabara de ouvir, o Batemuma responde: "Armários novos? Mas estes ainda estão muito bons! E nem precisam de verniz, basta serem lavados que ficam logo com outro aspecto." Em relação às folgas das portas - por onde se consegue ver o interior dos armários, e até mesmo enfiar alguns dedos - a solução parece ser ainda mais simples: "Isso basta apertar ali um parafuso e ficam como novos!" Escusado será dizer que, apesar de incrivelmente simples, nenhuma das soluções apresentadas foi posta em prática. Porque será que isso não me surpreende?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O "Ambiente de trabalho" é sagrado!

Quando não se encontra na garagem a arranjar carros, o Batemuma assume outra das suas profissões preferidas: a de Engenheiro Informático. O homem sabe tudo sobre computadores! E, qual professor, chega mesmo a exaltar-se com os seus alunos, quando estes não realizam as tarefas propostas com a dedicação devida. Foi precisamente o que aconteceu, quando um belo dia, ao passar pelo quarto do Bodas, se apercebeu dos nossos problemas para concluir com sucesso o download de um ficheiro. Solícito como sempre, prontificou-se imediatamente a ajudar, perguntando: "Mas para onde é que vocês estão a sacar isso?" Não conscientes da barbaridade que estávamos a efectuar, respondemos: "Para o 'Abiente de trabalho'." Se o olhar matasse, o Batemuma tinha-nos fuzilado aos dois naquele preciso momento! Ultrapassado o choque inicial da nossa resposta, arregalou os olhos, e perguntou-nos muito escandalizado: "Mas vocês não sabem que nunca se deve sacar nada para o 'Ambiente de trabalho'?" Olhámos muito admirados um para o outro e, a medo, respondemos: "Não! Mas porquê?" Abanando a cabeça num gesto reprovador, e à medida que afasta o olhar daqueles dois ignorantes, responde o Batemuma: "Porque isso vai obrigar o computador a dar uma volta enorme para encontrar as coisas!" Portanto, aqui fica o nosso sentido pedido de desculpas a todos os Engenheiros Informáticos deste país pela nossa ignorância...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Vejo poupança no horizonte!

Já aqui abordámos o tema das contas absurdas a que estão sujeitos os moradores desta casa. Não será, portanto, de espantar que aos primeiros rumores da minha mais que provável saída deste palácio, o Bodas entrasse em "modo pânico". Afinal sempre era menos um com quem dividir as pesadas facturas (já para não falar nas secas e tristezas diárias). Preocupado, abordou o assunto com o Batemuma, que, qual pai extremoso, se apressou a tranquilizar o filho aflito: "Agora vamos passar a pagar muito menos de água e de gás, porque ele toma banho duas vezes por dia!" Nem oito, nem oitenta. De facto não sigo o exemplo hidrofóbico dele, mas fico-me por um banho diário. Escusado será dizer que, tal como era de prever, a profecia nem de perto nem de longe se concretizou, e que a carteira do Bodas anda consideravelmente mais leve.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cheira (mesmo) a banana!

Tenho a certeza (quase) absoluta de que quem ler este texto faz, certamente, parte dos 99,99% da população mundial que já tentou, ou a quem já tentaram, pôr em prática a velha história do cheiro a banana do giz utilizado nos tacos de snooker. Posso, contudo, orgulhar-me de ter a invejável honra de pertencer àquele restrito grupo, composto por apenas meia-dúzia de pessoas, que a conseguiu realizar com sucesso. Já se está mesmo a ver quem foi a minha vítima, não está? Confesso que enquanto percorria a mesa de snooker - bons velhos tempos os do já saudoso café "Infante" na Conchada - a delinear a estratégia para o ataque, e a olhar para o isco (um autêntico "Cubo Mágico" em tons de azul e com odor a fruto tropical), pensei que, como sempre, seria mais uma tentativa destinada ao fracasso. Não podia estar mais errado. Apesar das minhas dúvidas, enchi-me de esperança e, pegando no giz, levei-o ao nariz. No fim de inspirar duas vezes com mais intensidade, com o intuito de chamar a atenção do alvo, pus o isco no anzol: "Olha que engraçado, o giz cheira a banana!" Como esperava o "Vai passear!" do costume, fiquei incrédulo ao ouvir o Batemuma muito sério perguntar-me: "O quê? O giz cheira a banana? Deixa ver!" Tinha mordido o isco! Nesta altura tive que reunir todas as minhas forças para me manter sério e conseguir levar a brincadeira até ao fim. Enquanto ele se dirigia a mim, o meu único pensamento era: "Não acredito que ele vai mesmo cair nisto!" Restava-me agora esperar que ele não me tirasse o giz da mão para o cheirar, pois se o fizesse tudo estava perdido. Para meu grande espanto, não só não o tirou, como deixou que eu o levasse direitinho ao "X", desenhado com uma tinta que só eu conseguia ver, mesmo na ponta do seu nariz! A história acaba com o Batemuma muito admirado a olhar para mim, e como não podia deixar de ser, com a ponta do nariz pintada de azul!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Entre baixistas

Como já referimos, o Batemuma é músico, tendo como companheiro inseparável e instrumento de eleição o baixo. Certo dia, enquanto ouvíamos uma música dos Metallica, lembrámo-nos desse pormenor, e resolvemos perguntar-lhe qual a sua opinião em relação ao baixista da banda em questão, Robert Trujillo. Para não variar, não ficámos desiludidos com a resposta prontamente obtida: "Esse gajo parece que está a cagar! Mais um bocadinho e põe um ovo no meio do palco!" Já em relação às qualidades do senhor enquanto músico (a nossa curiosidade inicial), continuamos na ignorância...