sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A eterna piada

Quando, numa noite que parecia ser como tantas outras, nos sentámos em frente ao tabuleiro do "Trivial Pursuit" para mais um serão cultural, estávamos longe de imaginar que uma simples frase, proferida no calor do jogo, iria permanecer para sempre nas nossas memórias. Quem nunca defrontou o Batemuma neste jogo não saber a sorte que tem, uma vez que não imagina o tempo necessário para terminar uma simples partida. É que a resposta a cada pergunta que lhe é colocada, começa na origem do problema, passa pela descrição pormenorizada da sua evolução histórica, e termina no preciso minuto em que lhe foi efectuada a pergunta! A única maneira que encontrámos para contrariar com algum sucesso esta infeliz tendência, passava por começar a pressionar o homem mal acabávamos de ler a pergunta. Esta técnica envolvia acções muito variadas, como por exemplo: bater com a mão na mesa (num claro sinal de desistência); perguntar, muito escandalizados: "Não me digas que não sabes isso?"; afirmar convictamente: "Isso é básico!", ou: "Ainda ontem saiu essa pergunta!" Só que desta vez a pergunta permitia o improviso, e o Bodas, não se fazendo rogado, resolveu inovar, dando uma resposta que ficou para a história. Era pedido o nome de um Papa, e assim que acabou de ler a pergunta, o Bodas decidiu ajudar o Batemuma, e deu a seguinte resposta por ele: "Foi o Papa Misto!" Antes que ele se apercebesse da situação, pois continuava muito concentrado na procura da resposta certa, ainda consegui complementar a ideia: "Mais concretamente, o Papa Misto I!" Finalmente, lá desistiu de responder e, rendido à qualidade daquela "resposta", soltou um dos seus suaves sorrisos característicos (completamente abafado pelo som das nossas gargalhadas), perguntando, de seguida, com toda a calma que lhe é habitual: "Onde é que vocês foram buscar agora essa do Papa Misto I?" A história até podia ficar por aqui, não fosse a memória de peixe dourado do nosso amigo! É que depois dessa noite, voltámos a proferir, em várias ocasiões (na sua esmagadora maioria sem qualquer contexto ou sentido), aquela frase. E não é que, para nosso espanto, o homem voltou a cair? Parecia que se tinha esquecido, e que nunca na vida tinha ouvido aquilo antes! O pior é que, tal como o cão do Pavlov não conseguia evitar salivar ao ouvir a campainha tocar, também o Batemuma não consegue evitar a sua (já clássica) reacção àquela afirmação: sorrir, e perguntar: "Onde é que vocês foram buscar agora essa do Papa Misto I?" E, o mais interessante, é que ainda hoje resulta! Não acreditam? Experimentem tocar à campainha, e quando o ouvirem dizer: "Sim?", basta dizerem, assim do nada: "Papa Misto I". Logo verão a resposta…

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