quinta-feira, 26 de novembro de 2009

BBC Vida Selvagem

Nada como desfrutar de um bom filme, principalmente na companhia dos amigos, para esquecer as agruras de partilhar a casa com o Batemuma. Foi precisamente o que aconteceu na noite em questão. E tudo parecia estar a correr como planeado: bom filme, bons amigos, e nada de Batemuma por perto a mandar-nos fazer pouco barulho por causa dos vizinhos. Durante a sessão de cinema, o único elemento feminino do grupo - chamemos-lhe Ana Cristina Oliveira - resolveu aconchegar-se no conforto da cama do Bodas. E, acreditem ou não, a senhora fazia-se acompanhar do seu próprio pijama! Escusado será dizer que passados apenas alguns minutos já dormia profundamente. Chegados ao fim do filme, já a madrugada ia a meio, chegou a hora das despedidas. Desconfio que, talvez numa vã tentativa de acordar a menina, o Bodas achou que era uma boa altura para arrumar as cadeiras e compor um pouco o quarto. Uma vez que o barulho feito se mostrou insuficiente para tal, resolveu (aparentemente) apelar ao seu cavalheirismo e deixá-la pernoitar ali (sem nunca desconfiar do frio que este acto nobre o iria fazer passar durante a noite). No entanto, via-se claramente que o facto de ter alguém a ocupar o seu leito o incomodava, e houve uma altura em que não aguentou mais. Assim, depois de eu lhe ter dito qualquer coisa sem importância, diz-me o nosso David Attenborough: "É isso e eu ter um Panda Gigante deitado na minha cama!" A alcunha com que a moça foi baptizada nessa noite ficou até aos dias de hoje. Quanto à boa acção do Bodas, valeu-lhe, graças ao muito frio sentido durante a noite, um valente episódio de alopécia nas pernas. Indiferente a tudo isto estava o Panda, que só de manhã, depois de ver, do conforto da cama alheia, o pobre Bodas agarrado ao termoventilador numa fútil tentativa de se aquecer, se apercebeu da gravidade da situação! O cavalheirismo pode não ter morrido, mas se o arrependimento matasse...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Batemuma vs. SAPO

Ao ver-se confrontado com uma dúvida em relação à sua ligação de acesso à internet, o Batemuma não hesitou em contactar o serviço de apoio ao cliente do SAPO na esperança de obter a tão desejada resposta para a sua questão. É precisamente esta troca de e-mails que aqui reproduzimos na íntegra para apreciação e deleite de todos. Palavras para quê?
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Eis como tudo começou:
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"Olá!
Chamo-me Batemuma e sou cliente SAPO ADSL com o username as*******@sapo.
Actualmente estou a pagar um tarifário até 24 Mbps de cerca de €35, tendo o meu acesso limitado a 4 Mbps (penso eu, mas verifico velocidades um pouco superiores, não sei se actualizaram a velocidade da ligação) e com um limite de tráfego internacional de 24 GB.
Ora vendo os actuais tarifários do SAPO, como por exemplo o de 8 Mbps que custa cerca de €25 e com um tráfego internacional ilimitado (com factura electrónica e débito directo, ou mediante a activação de tráfego ilimitado com o custo de €7,44), considero o meu actual tarifário desadequado e caro.
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A minha dúvida é: será que a minha linha suporta uma ligação de 8 Mbps, e se não o SAPO diminuirá a velocidade de tal ligação para ficar estável?
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Com os melhores cumprimentos
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Batemuma."
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Após profunda reflexão, o Batemuma obteve a seguinte resposta (nada padrão, diga-se de passagem) do SAPO:
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"Caro cliente,
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Obrigada pelo seu contacto.
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Qualquer dificuldade relacionada com quedas de ligação, falha de sincronismo e velocidades de sincronização abaixo das contratadas, poderá estar relacionada com qualidade da linha, modem, microfiltros ou qualidade do sinal e distância da linha.
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De modo a resolvermos a situação será necessário efectuar um despiste para tentarmos isolar o factor que está a causar a anomalia.
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Se tiver qualquer aparelho analógico convencional, como um atendedor de chamadas, aparelho de fax, central telefónica, ou outros, ligado sem microfiltro, tal irá interferir com o sinal ADSL provocando variadas anomalias tais como: perda completa de sinal, velocidades lentas, demora no modem em sincronizar o sinal, quedas frequentes de ligação, entre outras.
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Deverá experimentar remover todos os telefones e outros aparelhos e todos os microfiltros existentes na sua residência e ligar directamente o Modem/Router a uma das fichas RITA, se possível com o cabo original e sem passar por qualquer microfiltro.
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Caso a situação persista, pedimos que nos contacte novamente, indicando os seguintes dados:
Marca e modelo do equipamento (modem ou router);
Versão do sistema operativo Windows;
Username de acesso;
Número de telemóvel de contacto.
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Para mais informações estamos sempre disponíveis através do email suporte@acesso.sapo.pt, e pelo 707 22 72 76, ao valor abaixo indicado*.
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Obrigada e até breve,
Alexandra Batista
Apoio ao Cliente
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SAPO ADSL. Vive a assapar
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*Tarifário: com origem na rede fixa: 12 cêntimos por minuto; com origem nas redes móveis: 30 cêntimos por minuto. Facturação ao segundo após o primeiro minuto. Valores com IVA à taxa de 20%.
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Sabia que no SAPO ADSL pode beneficiar gratuitamente de tráfego ilimitado, bastando para isso activar o Serviço de Débito Directo e Factura Electrónica?"
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No entanto, e apesar da boa vontade do apoio ao cliente do SAPO (claramente expressa na resposta fornecida), esta pareceu não satisfazer o Batemuma, que não perdeu tempo e voltou de imediato à carga:
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"Caros Srs. do serviço de suporte ao cliente
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O meu nome é Batemuma e sou cliente SAPO ADSL com o username as*******@sapo.
Enviei para o serviço de suporte do SAPO, há alguns dias, um e-mail sobre uma mudança de tarifário, pois estou descontente com o meu actual tarifário.
Obtive a resposta abaixo citada dos vossos serviços de suporte.
Considero a resposta abaixo totalmente desadequada. Esta resposta revela que ou não leram o meu e-mail ou não o compreenderam.
A minha situação não se prende com qualidade de linha ou de sinal, e já agora informo que há já algum tempo, aquando da última actualização gratuita da velocidade da minha ligação por parte do SAPO, verificou-se que a linha suportava apenas até 4.1 Mbps, tendo sido verificado por um técnico vosso que se deslocou ao meu domicílio; este técnico verificou também que esta limitação estava apenas relacionada com a linha em si, e não com filtros, modems, routers, cabos, PCs, software ou qualquer outro factor. Não sou ignorante em informática nem em ligações e sistemas de redes.
Antes de responderem por favor consultem os dados de cada caso, que estão aí registadas todas as ocorrências.
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Sendo eu um cliente já com alguma antiguidade do serviço SAPO ADSL, acho que merecia o mínimo de consideração e tratamento adequado neste caso!
E volto a repetir a questão anterior:
Eu tenho actualmente um tarifário SAPO ADSL até 24 Mbps, pagando cerca de €35. Eu possuía anteriormente o tarifário de 8 Mbps, sendo que a minha ligação estava limitada a 4 Mbps, pelo SAPO, para garantir a estabilidade da ligação pois a linha não suportava mais na altura.
Fizeram um upgrade ao meu tarifário de 8 Mbps para 24 Mbps, sem informarem-me de nada, e actualmente verifico que a minha ligação possui pouco mais que os 4 Mbps que já existiam anteriormente. Desta forma nao estou a usufruir deste tarifário, e tendo em conta que o actual tarifário de 8 Mbps, mesmo com tráfego ilimitado (activado ou por adesao à factura electrónica e débito directo), fica sempre mais barato, gostava de mudar o meu tarifário.
A minha duvida é: ao mudar de tarifário para 8 Mbps, irão mexer na velocidade da ligação? E será que a linha suportará essa velocidade?
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Agradecia que respondessem brevemente e de forma esclarecedora.
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Com os melhores cumprimentos
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Batemuma."
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Agora sim! Este último mail, de cariz mais rude, parecia destinado a surtir efeito. Após cuidada deliberação, não restou ao serviço de apoio ao cliente do SAPO outra opção a não ser responder ao Batemuma com um mail ainda mais padrão que o primeiro! Vejamos:
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"Caro cliente,
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Obrigado pelo seu contacto.
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Informamos que dispõe do tarifário 4 Mb.
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Mais informamos que as velocidades que comercializamos são velocidades máximas de acesso. A velocidade real depende das condições técnicas e da localização da sua linha telefónica bem como do nível de utilização dos websites a que acede.
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A mensalidade a cobrar varia, assim, de acordo com o tarifário escolhido pelo cliente e com as velocidades máximas possíveis para cada linha telefónica.
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Para mais informações estamos sempre disponíveis através do e-mail suporte@acesso.sapo.pt, e pelo 707 22 72 76, ao valor abaixo indicado*.
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Obrigado e até breve,
Sónia Ramos
Apoio ao Cliente
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SAPO ADSL. Vive a assapar
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*Tarifário: com origem na rede fixa: 12 cêntimos por minuto; com origem nas redes móveis: 30 cêntimos por minuto. Facturação ao segundo após o primeiro minuto. Valores com IVA à taxa de 20%.
.Sabia que no SAPO ADSL pode beneficiar gratuitamente de tráfego ilimitado, bastando para isso activar o Serviço de Débito Directo e Factura Electrónica?"
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Para terminar, resta-nos dizer que, tanto quanto sabemos, a tão importante ligação à internet do Batemuma não sofreu qualquer alteração. Aparentemente, ficou finalmente esclarecido com a "resposta" obtida.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Fantasminha Brincalhão

A distância, associada ao inevitável passar do tempo, leva a que, a espaços, nos relembremos de algumas das peripécias entretanto esquecidas. Foi o que se passou com a história que se segue, entretanto amavelmente relembrada pelo Bodas. Na noite em questão, encontrávamo-nos invariavelmente barricados no quarto do Bodas, procurando o abrigo possível do Batemuma, quando o acumular do tédio nos levou a fazer das nossas. Mas, estando ali confinados, o que podíamos nós fazer ao Batemuma que simultaneamente nos divertisse e ajudasse a passar o tempo? Passados apenas alguns minutos, parecia que tínhamos encontrado a resposta a essa pergunta! Tratava-se de algo que tinha tanto de brilhante como de singelo. E era precisamente na sua simplicidade que residia a genialidade da ideia e a nossa confiança em obter alguma alegria e alento para enfrentar o resto da noite. Iria resultar? Só saberíamos depois de pormos o plano em prática. Tínhamos, pois, decidido brincar com a nossa ligação à Internet. Mas, uma vez que o modem/router se encontrava encostado à porta do quarto do Batemuma, o barulho dos nossos passos, ou mesmo do botão para o ligar/desligar, ia denunciar-nos de certeza! A este aparente beco sem saída, seguiu-se um daqueles raros rasgos de inteligência que nos bafejam de tempos a tempos: podíamos fazê-lo acedendo à configuração do modem através do seu endereço IP, e nem sequer precisávamos de sair do conforto do quarto para o fazermos! Assim que tudo nos pareceu preparado, demos início à diversão. Depois de algumas vezes em que nos limitámos a desligar, e rapidamente voltar a repor a ligação, começámos, à medida que os cortes de ligação se sucediam, a demorar consideravelmente mais tempo a fazê-lo. E, se durante as primeiras meia-dúzia de vezes nos limitámos, tal como o Batemuma, a ficar em silêncio enquanto esperávamos que a ligação fosse reposta, à medida que a noite avançava, também a nossa táctica evoluía. Passados mais alguns cortes de ligação, começámos a ouvir o som dos pés descalços do Batemuma pela casa enquanto se dirigia ao modem para ver se percebia o que se passava. Aproveitando esta aberta, perguntámos-lhe do quarto: "Tens Internet, Batemuma?" Ao que ele respondeu: "Não. Esta merda está sempre a cair! Não consigo fazer nada!" Durante as interrupções de ligação que se seguiram, os papéis inverteram-se, sendo a vez de o Batemuma nos perguntar: "Vocês conseguem abrir alguma página da Internet?" Com a ajuda de alguma concentração, conseguimos responder sem nos descairmos: "Não, aqui não temos Internet." Passado algum tempo, e para ver se o conseguíamos manter "interessado" durante mais alguns cortes, resolvemos acrescentar: "Olha, foi-se outra vez abaixo! Isto hoje está horrível, tem estado assim o dia todo!" A isto, e com o pretexto de ir ver o que se passava com o modem, seguiu-se, num toque de classe, uma breve passagem pelo quarto dele: "A luz do modem está apagada, deve ser mesmo um problema do SAPO." Isto pareceu convencê-lo, e permitiu-nos repetir a brincadeira mais algumas vezes. No total, não exagero se disser que desligámos a ligação à Internet perto de vinte vezes ao longo da noite. Já para o fim, enquanto perguntávamos a nós próprios no meio de algumas gargalhadas contidas: "Mas como é que ele não desconfia de nada?", recebemos no quarto a sua ilustre visita. Felizmente estávamos preparados para aquela eventualidade, por isso, a única coisa que o Batemuma viu enquanto se queixava do estado deplorável da ligação, foi uma página de erro do Internet Explorer! Em homenagem ao grande Carlos Alberto Vidal, personagem ímpar e incontornável do nosso imaginário infantil enquanto "Avô Cantigas", decidimos baptizar a noite em questão como a noite do "Fantasminha Brincalhão".

terça-feira, 5 de maio de 2009

De indispensável a esquecido

Numa ida à FNAC, ao reparar no convidativo preço de um dos mais míticos álbuns de sempre, o "Dark Side of the Moon", dos Pink Floyd, o Batemuma apressou-se a agarrar uma cópia. Quando me aproximei mais dele, disse-me, todo contente: "Este vai já comigo!" "Acho muito bem", respondi eu. Como não poderia deixar de ser, a conversa não ficou por ali, e o senhor resolveu acrescentar mais alguma informação à conversa, perguntando-me: "Sabes que este é o melhor álbum do mundo para fazer testes de som?" Receoso com o rumo que a minha resposta podia incutir à conversa, respondi, algo hesitante: "Por acaso não sabia." Aparentemente, esta curta resposta foi suficiente, e a conversa ficou por ali. Alguns dias depois, o Batemuma regressou aos Açores para mais umas férias. Curiosamente, apesar de a sua banda ter alguns concertos agendados para esse período, o até então imprescindível álbum para a realização dos tão importantes testes de som, ficou abandonado em Coimbra! Como sei que os concertos se realizaram, das duas, uma: ou é possível efectuar testes de som com outros álbuns, ou uma das muitas cópias piratas do disco que por aí circulam, fazem as mesmas vezes do original…

sábado, 18 de abril de 2009

A crise toca a todos

Uma das palavras que mais vezes ouvimos ao longo do dia é, sem qualquer sombra de dúvida, a palavra crise. Não se assustem! Longe de mim incomodar-vos com uma longa dissertação sobre a matéria. Este texto procura, apenas, mostrar que nem mesmo o Batemuma - um ex-futuro Economista - está imune à famigerada crise que assola o mundo. Prova disso, foi a resposta que ele me deu durante uma vulgar ida às compras. Estávamos no Jumbo e, ao passar pela zona gastronómica, reparei que tinham à venda, entre outras iguarias, sandes de leitão. Para fazer conversa, e simultâneamente ajudar a passar o tempo, comentei esse facto com ele: "Já viste, Batemuma? Têm ali sandes de leitão." Quando ele, aparentemente muito interessado, me perguntou: "A sério? Quanto é que custam?", pensei que lhe tinha conseguido "vender" uma sandes. Mas, mais uma vez, o senhor trocou-me as voltas! Assim que me ouviu dizer: "€ 3,50", não perdeu tempo e, num tom agudo, que manteve enquanto prolongava no tempo a resposta, retorquiu de imediato: "Fooodaaa-se!". Depois desta resposta, pouco mais há a fazer do que pedir-lhe desculpas por, em tempos de crise, quase o ter feito gastar € 3,50 numa simples sandes de leitão.

sábado, 11 de abril de 2009

Postal de Páscoa

Nos tempos que correm, em que a comunicação é dominada pelas SMS e pelo Messenger, seria de esperar que o Batemuma, que raramente utiliza o dom da fala para se dirigir aos colegas de casa - e infelizmente já todos sabemos o que acontece quando isso ocorre - fizesse uso de um destes meios para transmitir os seus recados e as suas mensagens aos companheiros. No entanto, tratando-se de um conservador confesso, escolheu utilizar algo mais clássico e tradicional para o fazer. Assim, se é verdade que o métedo de eleição não é tão básico como os primordiais sinais de fumo, não é menos verdade que a tecnologia envolvida é bastante elementar, envolvendo, apenas, papel e caneta. Quantas vezes não chegávamos nós a casa e encontrávamos um recado escrito num bilhete que tinha sido colado à pressa numa das portas, deixado em cima da cama ou mesmo no chão do quarto? Pois bem, este processo ainda hoje é utilizado. E que o diga o Bodas, que ao preparar-se para ir de férias da Páscoa, abriu a porta do quarto e encontrou, dobrado no meio do chão, um autêntico postal de Páscoa antecipado do Batemuma. A missiva Pascal dizia o seguinte: "Amigo Bodas, gravai os filmes que tendes no PC. Os DVDs virgens estão em cima da minha mesa. Se não nos virmos, boa Páscoa. Assinado: Batemuma." Estou certo que depois de um miminho destes a Páscoa do Bodas vai ser verdadeiramente especial.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

É de família (II)

Durante uma recente visita relâmpago a Coimbra, além de, obviamente, não ter avisado o Batemuma da minha presença naquela cidade, e de ter tido o prazer de conhecer pessoalmente o famoso autista/sobredotado - facto que me ajudou a dissipar as poucas dúvidas que ainda tinha em relação à correcta "classificação" de tal personagem - fiquei também a conhecer, por intermédio do Bodas, mais um elemento do agregado familiar do Batemuma para juntar ao já famoso avô. Desta vez trata-se de um tio. De entre as (certamente muitas) peripécias e aventuras que envolvem este senhor, destacam-se duas. A primeira ilustra a já aqui abordada força física e de vontade que caracterizam aquela família, e a segunda demonstra a aptidão inata para a condução dos membros da mesma. Como não podia deixar de ser, o sobrinho apresentou exemplos para corroborar ambas as situações. Assim, no que diz respeito à primeira história, diz o Batemuma que o tio "andou durante dois dias com a coluna deslocada." Mas, mais interessante ainda, é o facto de o tio, que também padece da famosa incorrigível e irritante teimosia de família, ter aguentado até à última (ignorando durante aquele tempo os conselhos da mulher para ir ao médico), e só ao fim do terceiro dia as dores nas costas se terem tornado de tal modo insuportáveis, que acabaram por levar a melhor, obrigando-o a ir finalmente ao hospital. Em relação à segunda, conta o sobrinho que "certo dia, ia meu tio muito descansado a conduzir - não perguntei, mas aposto que o senhor ia ao volante de um Ford - quando teve uma quebra de tensão que o fez despistar-se e raspar com o carro na parede durante uns bons dez metros." A emoção que não deve ser uma reunião desta família...

quinta-feira, 26 de março de 2009

Batemuma, o poliglota

Como Canadiano, não é de estranhar que o Batemuma seja fluente na língua inglesa. No entanto, não consegui evitar alguma surpresa quando me apercebi que também domina o idioma de nuestros hermanos. E nem sequer precisei de o ouvir falar Castelhano para chegar a esta conclusão, visto que ele próprio se encarregou de me mostrar todo o seu conhecimento do dialecto, perguntando, depois de ouvir atentamente a primeira estrofe da música "Vertigo" dos U2: "Será que eles sabem que passam do três para o catorze?"

segunda-feira, 23 de março de 2009

Santa ignorância!

Desde que acompanho a vida do Batemuma a uma saudável distância de cerca de 100 km que conto com a preciosa colaboração do Bodas para estar a par das mais recentes novidades que vão acontecendo por aquelas bandas. Só que esta colaboração tem a particularidade de ser feita nos dois sentidos, ou seja, o Bodas, qual intermediário, informa-me das novidades, e eu transmito-lhe algumas ideias (umas melhores que outras) para ele pôr o nosso amigo à prova. Foi o que aconteceu quando, um dia destes, eu arrumava o baú das piadas parvas e secas - aquelas em que ninguém cai e que só ousamos contar uma vez na vida, de preferência aos nossos melhores amigos, para que eles nos digam, com o seu ar mais mentiroso, que têm alguma graça - e encontrei bem lá no fundo a do "não" e do "nem eu". Depois de lhe tirar o muito pó acumulado ao longo de tantos anos sem uso, resolvi contá-la e propô-la ao Bodas. Confesso que apesar de não me surpreender, a sua resposta deixou-me bastante satisfeito: "Para foder o Batemuma, tudo!" Passado apenas um dia, surgiu a oportunidade de a pôr em prática: "Batemuma, já conheces aquela do 'não' e do 'nem eu'?", perguntou-lhe de forma confiante o intermediário. Era nesta altura que rezávamos para que a pessoa que queríamos apanhar dissesse "não", mas quando se trata do Batemuma não precisamos de entrar em fanatismos religiosos porque, assim que o Bodas terminou a pergunta, ele forneceu-lhe imediatamente o tão esperado "não", abrindo automaticamente a porta a um "nem eu" prontamente proferido pelo Bodas! Como podem ver, para o Batemuma não existem piadas velhas, parvas ou secas.

terça-feira, 17 de março de 2009

Pergunta parva, resposta (ainda mais) parva (VII)

Durante uma das intermináveis partidas de Trivial Pursuit que contou com a participação do Batemuma, quis o destino que fosse o Bodas a colocar-lhe uma questão relacionada com a cidade de Aveiro:
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Pergunta: "Qual o nome do doce típico da região de Aveiro?"
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Resposta: "Pudim de ovos!"

sábado, 7 de março de 2009

Um miminho (para maiores de 18)

Uma das poucas coisas (para não dizer mesmo a única) que deixa saudades dos tempos passados naquela casa, é a forte amizade criada entre mim e o Bodas. Não admira, portanto, que à medida que se aproximava o tão ansiado dia da minha partida em definitivo, eu o tratasse com especial carinho. Exemplo disso, foi o miminho que lhe proporcionei, e que agora partilho convosco. Certo dia, já de madrugada, regressa o Bodas a casa. Encontra-me, como de costume, refugiado no seu quarto. Cada um com a sua táctica. Enquanto ele se mantinha fora de casa para passar o menor tempo possível na companhia do Batemuma, eu fingia-me muito ocupado de volta do relatório de estágio. Ao vê-lo, apercebi-me que estava especialmente cansado. Até porque não demorou muito tempo para se deitar. Certamente regressava de mais um proveitoso serão de estudo de probabilidades em casa dos colegas, para preparação do exame da cadeira de Poker, pensei eu. Terminei o que estava a fazer, e assim que ele adormeceu, resolvi preparar-lhe um merecido miminho especial. Fui à pasta onde sabia que ele guardava os filmes pornográficos, escolhi um que tinha como protagonista uma das suas actrizes favoritas, abri-o, seleccionei a opção de repetição, liguei as colunas, apaguei a luz, fechei a porta para que ele pudesse desfrutar plenamente da sua merecida recompensa, e fui-me deitar. No dia seguinte, fiquei a saber que o pobre rapaz acordou a meio da noite sobressaltado pelos gemidos dos actores! Quando se levantou para ver o que se passava (o monitor tinha-se desligado entretanto), teve a sensação de que a cama flutuava e de estar com água pelos joelhos. Ao ligar o monitor, o seu instinto foi o de se desviar imediatamente para não ser atingido por um jacto de fluído vindo da região genital da protagonista. Os interessados devem perguntar detalhes e pedir cópias ao próprio. Não sei se o filme já terá sido apagado ou se, ainda hoje, ele o vê ou tem pesadelos com ele, mas garanto-vos que este foi um miminho que ele tão depressa não esquecerá.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Mercado de Inverno

Ao contrário do que possam pensar, não é só no futebol que existe o chamado mercado de Inverno. Este também se faz sentir no que diz respeito às eventuais vagas para companheiro de casa do Batemuma. Só que, ao contrário do que habitualmente acontece no mercado de transferências do desporto rei, em vez de se lutar para lá entrar, luta-se para de lá sair (e quanto mais depressa melhor)! Foi isso mesmo que se passou no período que decorreu entre a minha saída e o início do segundo semestre. É que durante esse período, o Bodas, sentindo-se, talvez, algo desamparado, encetou negociações com os seus colegas no sentido de "dar o salto" dali para fora o mais rapidamente possível e ir morar com eles. Em contrapartida, comprometeu-se a arranjar alguém à altura para ocupar o seu lugar junto do Batemuma. Quando, durante um café na praça, tomei conhecimento desta eventual jogada de bastidores, talvez para mal dos meus pecados, atrevi-me a perguntar se conhecia o potencial desgraçado. Só não estava à espera de ouvir: "É um autista!" Ainda eu tentava digerir esta revelação, quando me dizem: "Mas também pode ser sobredotado, não sabemos." Deste segundo "golpe", já não recuperei. Ainda algo confuso com o que se havia passado, resolvi falar com o Bodas para ver se ele me ajudava a compreender melhor a situação. Ele, prestável como sempre, teve a amabilidade de me contar duas histórias do seu possível substituto que serviram para dissipar as minhas dúvidas. Espero que vocês, depois de as lerem, possam, tal como eu, formar a vossa opinião em relação à personagem em questão. No que diz respeito à primeira, trata-se de um sonho. Imaginem, se fizerem favor, a referida personagem a passear pela baixa de Coimbra quando, de repente, tropeça. Ao procurar o que o havia feito tropeçar, repara num alto no pavimento. Curioso, decide escavar para ver o que ali se encontra. Qual não é o seu espanto (e o meu, porque não dizê-lo) quando se depara com uma enorme pepita de ouro! Perante tão fantástica e valiosa descoberta, certamente mais que suficiente para realizar os seus maiores sonhos, o que é que o nosso amigo decide fazer? Comprar uma pick-up, colocar a sua descoberta na caixa da carrinha (devido às suas enormes dimensões) e partir numa viagem pela Europa financiada pelo valioso achado! Em relação à segunda, trata-se de um ambicioso projecto de "engenharia" por assim dizer. É que um belo dia, o nosso amigo decidiu construir uma garrafeira no quarto. Apesar de se tratar de uma coisa fora do comum, ainda se poderia aceitar. Só que esta não era uma garrafeira qualquer. Supostamente, seria escavada no chão do próprio quarto, qual cave. Agora que estão ao corrente de todos os factos, e podem formar a vossa opinião, pergunto-vos: autista, ou sobredotado? Para terminar, resta-me apenas dizer que a tão badalada "transferência" ficou presa nos usuais detalhes destas situações e não se chegou a concretizar. Portanto, o Bodas permanece feliz e contente (ou não) em casa do Batemuma.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Coerência acima de tudo!

Em finais de 2007, o "Boss" editou o primeiro álbum com a "E Street Band" desde 2002. Como fã, comentei casualmente o assunto com o Batemuma. Uma vez que na altura não tinha sequer chegado a ouvir o primeiro single retirado do disco, o perito recorreu ao segundo critério habitualmente usado nestas situações - a idade do artista em questão - e apressou-se a tecer a sua opinião sobre o tema em discussão: "Já está na altura desse senhor arrumar as botas!" Embora estando em total desacordo com o critério utilizado e com o parecer emitido, calei-me, de modo a evitar males maiores. Aparentemente, o assunto parecia ter morrido ali. Isto até, sensivelmente um ano depois, os AC/DC editarem o seu primeiro álbum em pouco mais de oito anos. Mais uma vez, o assunto foi abordado lá em casa. Só que desta vez, e para meu grande espanto, apesar de, tal como acontecera anteriormente, não ter ainda ouvido o disco, e de o critério utilizado na sua avaliação ter sido exactamente o mesmo, a apreciação foi: "Esses gajos estão em grande forma!" Ainda que concorde com esta afirmação, e uma vez que os artistas em questão já todos ultrapassaram a barreira dos 50, não posso deixar de perguntar o seguinte: serão os AC/DC suficientemente novos para se darem ao luxo de tratarem o "Boss" por avô?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Batemuma vs. Nadal

Foi apenas muito recentemente que tomámos conhecimento de mais uma actividade que o Batemuma domina como ninguém, o que vem demonstrar a sua capacidade de surpreender constantemente mesmo os que melhor o conhecem. Desta vez estamos a falar de um desporto, mais concretamente, o ténis. Assim, de modo a poderem compreender melhor o que queremos dizer, imaginem que o destino vos pregava uma daquelas partidas absurdas, que julgam impossíveis de acontecer, e que se viam obrigados a apostar a vossa vida no vencedor de uma partida de ténis que punha frente a frente Batemuma e Rafael Nadal, actual número um do ténis mundial. Em qual dos dois confiavam a vossa vida? Se responderam Nadal, deixem-me que vos diga que, infelizmente, e por incrível que vos possa parecer, estariam em muito maus lençóis. Porquê? Muito simples. É que o Batemuma é a única pessoa no mundo que, além de ter visto (por mais de uma vez) o Pete Sampras a disputar o Estoril Open, é capaz de efectuar na perfeição o mítico e temido "Kicker"! Não sabem o que é? É natural, não se preocupem. Até ouvirmos a explicação do próprio, nós também não sabíamos. Trata-se, então, de uma pancada efectuada com uma força tão colossal, que torna impossível a resposta por parte do adversário. Para os mais habituados à terminologia utilizada nas partidas de ténis realizadas neste planeta, estaremos, penso eu, a falar de um "Smash". Mas atenção, não se trata de um "Smash" qualquer! Este apresenta uma pequena particularidade que o destingue (muito claramente) do "Smash" mais tradicional: é sobre-humano.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

E o vencedor é...

Já diz o provérbio: não há mal que sempre dure nem bem que se não acabe. Caros leitores, é oficial: terminou o conflito! Portanto, tal como prometido anteriormente, aqui estão os pormenores sobre o desfecho do nojento braço-de-ferro que vinha sendo mantido entre o Bodas e o Batemuma para determinar quem iria lavar o tacho com os restos da refeição de 17 de Dezembro. Assim, 54 dias depois da realização do jantar que deu início ao conflito, tenho o enorme prazer de declarar como vencedor deste duelo... o Bodas! É verdade, o rapaz não cedeu à pressão, e conseguiu vergar o Batemuma! Além disso, não se deixou surpreender e, talvez por já saber o que a casa gasta, apressou-se a ir pôr ao contentor do lixo o conteúdo do tacho, isto porque o Batemuma, fiel aos seus princípios, se limitou a deitá-lo para dentro de um saco de plástico! Aqui ficam os meus sinceros parabéns, Bodas!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Pergunta parva, resposta (ainda mais) parva (VI)

Ao verificarmos que o limite de 24 GB de tráfego internacional do SAPO era manifestamente insuficiente para satisfazer as nossas necessidades...
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Pergunta: "Não queres aderir ao débito directo e à factura electrónica, Batemuma? Ficávamos com tráfego internacional ilimitado grátis."
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Resposta: "Nem pensar nisso! Um amigo meu fez isso, e só num mês tiraram-lhe da conta o valor da mensalidade umas três ou quatro vezes! E para o devolverem foi uma chatice. Ele fartou-se de ligar para lá, e só passados alguns meses é que lhe resolveram o problema. Se quiserem fazer isso, estão à vontade, mas usem o NIB de uma das vossas contas!"

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Bodas, o GPS

Tal como prometido no último texto, apesar de não se encontrar directamente relacionada com o Batemuma, e de apenas fazer sentido para as pessoas que presenciaram a situação, aqui fica a "cena perdida" daquela noite. Terminada a noite, coube-me a "gratificante" tarefa de acartar um moribundo e ofegante Bodas para casa. No entanto, apesar de bastante influenciado pelo álcool, não perdeu o sentido de humor e, muito menos, o sentido de orientação. Portanto, ao chegar à Escola Secundária José Falcão (sensívelmente a meio do caminho), fez parar os membros que compunham a escassa comitiva que o acompanhava e, qual GPS, forneceu-lhes, à medida que o fôlego lhe ia permitindo, as seguintes indicações: "Nós, vamos em frente. O Panda... vai para a esquerda!" Com indicações destas...

sábado, 31 de janeiro de 2009

À conquista de um lugar entre os "Guinness World Records"

Este texto é especialmente dedicado, a título de homenagem, ao restrito grupo de bravos heróis que tiveram a honra, mas sobretudo a coragem, de estar presentes no jantar que se realizou em casa do Batemuma por altura das últimas férias de Natal, mais precisamente, dia 17 de Dezembro. Começo por chamar a vossa atenção para o facto de, caso não tenham reparado neste pequeno (grande) pormenor, o nosso anfitrião não se encontrar presente no dia em questão. Porquê? Porque infelizmente o jantar foi marcado para o dia imediatamente a seguir ao da sua partida para os Açores! Há quem diga que é o destino, eu prefiro chamar-lhes tristes "coincidências". A vida está cheia delas. Continuando. Terminado o jantar, arrumou-se o quarto do ausente anfitrião - que tinha servido de sala de jantar - e lavou-se a loiça suja. A única coisa que se pode dizer que ficou fora do seu devido lugar, foi o tacho onde havia sido confeccionado o manjar, visto ainda conter uma quantidade apreciável de comida. E eis que chegámos ao âmago da questão. Se bem me lembro, alguns dos convidados tinham teste no dia seguinte e, portanto, foram mais cedo para casa. Isto impediu-os de acompanhar os restantes na sua ida para a noite, e fez, também, com que perdessem o Bodas a fazer de GPS no regresso a casa, facto a ser relatado numa próxima oportunidade. Chegados ao lar, doce lar, ajudei o Bodas a ir para a cama, certifiquei-me que ele ficava bem, e fui-me deitar. No dia seguinte, enquanto comíamos o habitual "pequeno-almoço dos campeões" na cozinha, e nos preparávamos para voltar para casa, reparámos no tacho com os restos do jantar da noite anterior. Como sempre, o Bodas resolveu brincar com o fogo, e decidiu pôr a besta à prova! Portanto, deixou ficar o tacho com os restos do repasto no fogão para ver se o Batemuma o lavava quando voltasse de férias. Não demorou muito para que esta irreflectida brincadeira se revelasse o erro de uma vida! Já se está mesmo a ver o que aconteceu, não está? É isso mesmo que estão a pensar! Ainda hoje, data em que passam precisamente 45 dias depois da realização do jantar, o tacho está exactamente no mesmo sítio, e por lavar! É que ao regressar a casa, uma vez terminadas as férias, e depois de ver o "presente envenenado" que o Bodas lhe tinha deixado, o Batemuma - talvez algo melindrado por não ter sido convidado para o jantar, vá-se lá saber porquê - embirrou que tinha que ser o Bodas a lavar o tacho! Foi então que surgiu este nojento braço-de-ferro entre os dois, que se arrasta até aos dias de hoje. Sei que sou suspeito, mas se soubessem as vezes que já vi o Bodas lavar a loiça suja que o Batemuma deixa na cozinha (isto já para não falar das vezes sem conta que limpou e lavou as zonas comuns da casa), estou certo que, tal como eu, torciam pela sua vitória neste repugnante mano-a-mano. Escusado será dizer que o conteúdo do tacho, além de estar coberto de bolor, facto que lhe confere uma bonita tonalidade esverdeada, emana um vil e indescritível odor. Não deve faltar muito tempo para que uma das unidades operativas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge coloque os restantes moradores do prédio em quarentena. Mas acham que isso incomoda o Batemuma? Claro que não! O homem continua a fazer a sua vida como se nada de anormal se passasse naquela cozinha! Provavelmente até já se candidatou a um lugar entre os "Guinness World Records", como sendo a única pessoa no mundo capaz de sobreviver a um ataque biológico, devido ao seu elevado grau de imunidade a estes agentes. Curiosos? Se quiserem pôr o vosso estômago à prova, basta darem um salto lá a casa e destaparem o tacho. Se acham que ele não aguenta aquele espectáculo ao vivo, e preferirem não arriscar, peçam ao Bodas que vos mostre, ou envie, a fotografia que tem guardada no telemóvel. Acreditem que, apesar de se encontrar já algo desactualizada, e de não deitar cheiro, ainda é capaz de vos proporcionar uma bonita recordação para o resto da vida, pois não creio que consigam apagar aquela tenebrosa e assustadora imagem da vossa memória nos próximos anos. Assim que houver desenvolvimentos em relação ao muito aguardado desenlace deste duelo de titãs, cá estarei para os partilhar convosco. Até lá... força Bodas!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A eterna piada

Quando, numa noite que parecia ser como tantas outras, nos sentámos em frente ao tabuleiro do "Trivial Pursuit" para mais um serão cultural, estávamos longe de imaginar que uma simples frase, proferida no calor do jogo, iria permanecer para sempre nas nossas memórias. Quem nunca defrontou o Batemuma neste jogo não saber a sorte que tem, uma vez que não imagina o tempo necessário para terminar uma simples partida. É que a resposta a cada pergunta que lhe é colocada, começa na origem do problema, passa pela descrição pormenorizada da sua evolução histórica, e termina no preciso minuto em que lhe foi efectuada a pergunta! A única maneira que encontrámos para contrariar com algum sucesso esta infeliz tendência, passava por começar a pressionar o homem mal acabávamos de ler a pergunta. Esta técnica envolvia acções muito variadas, como por exemplo: bater com a mão na mesa (num claro sinal de desistência); perguntar, muito escandalizados: "Não me digas que não sabes isso?"; afirmar convictamente: "Isso é básico!", ou: "Ainda ontem saiu essa pergunta!" Só que desta vez a pergunta permitia o improviso, e o Bodas, não se fazendo rogado, resolveu inovar, dando uma resposta que ficou para a história. Era pedido o nome de um Papa, e assim que acabou de ler a pergunta, o Bodas decidiu ajudar o Batemuma, e deu a seguinte resposta por ele: "Foi o Papa Misto!" Antes que ele se apercebesse da situação, pois continuava muito concentrado na procura da resposta certa, ainda consegui complementar a ideia: "Mais concretamente, o Papa Misto I!" Finalmente, lá desistiu de responder e, rendido à qualidade daquela "resposta", soltou um dos seus suaves sorrisos característicos (completamente abafado pelo som das nossas gargalhadas), perguntando, de seguida, com toda a calma que lhe é habitual: "Onde é que vocês foram buscar agora essa do Papa Misto I?" A história até podia ficar por aqui, não fosse a memória de peixe dourado do nosso amigo! É que depois dessa noite, voltámos a proferir, em várias ocasiões (na sua esmagadora maioria sem qualquer contexto ou sentido), aquela frase. E não é que, para nosso espanto, o homem voltou a cair? Parecia que se tinha esquecido, e que nunca na vida tinha ouvido aquilo antes! O pior é que, tal como o cão do Pavlov não conseguia evitar salivar ao ouvir a campainha tocar, também o Batemuma não consegue evitar a sua (já clássica) reacção àquela afirmação: sorrir, e perguntar: "Onde é que vocês foram buscar agora essa do Papa Misto I?" E, o mais interessante, é que ainda hoje resulta! Não acreditam? Experimentem tocar à campainha, e quando o ouvirem dizer: "Sim?", basta dizerem, assim do nada: "Papa Misto I". Logo verão a resposta…

sábado, 24 de janeiro de 2009

Querido, (não) mudei a casa!

Tive, muito recentemente, o "prazer" de voltar a ser colega de casa do Batemuma por alguns dias. Como seria de prever, este regresso temporário foi suficientemente longo para permitir a recolha de mais algumas peripécias do nosso herói. Felizmente, a fonte nunca seca! Passemos então ao que interessa. Quando o novo morador daquela casa - mais um infeliz, enganado para ocupar o quarto que eu deixei vago - reparou com atenção no estado degradado em que se encontram os armários da cozinha, pensou que seria capaz de vingar onde outros, antes dele, haviam falhado. Portanto, cheio de esperança, e com fé numa rápida mudança, talvez por ainda não conhecer bem a peça, perguntou corajosamente ao Batemuma: "Não podemos pedir ao senhorio que nos ponha uns armários novos? Pelo menos pode-nos dar umas latas de verniz, não achas?" Muito admirado com o conteúdo do pedido que acabara de ouvir, o Batemuma responde: "Armários novos? Mas estes ainda estão muito bons! E nem precisam de verniz, basta serem lavados que ficam logo com outro aspecto." Em relação às folgas das portas - por onde se consegue ver o interior dos armários, e até mesmo enfiar alguns dedos - a solução parece ser ainda mais simples: "Isso basta apertar ali um parafuso e ficam como novos!" Escusado será dizer que, apesar de incrivelmente simples, nenhuma das soluções apresentadas foi posta em prática. Porque será que isso não me surpreende?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O "Ambiente de trabalho" é sagrado!

Quando não se encontra na garagem a arranjar carros, o Batemuma assume outra das suas profissões preferidas: a de Engenheiro Informático. O homem sabe tudo sobre computadores! E, qual professor, chega mesmo a exaltar-se com os seus alunos, quando estes não realizam as tarefas propostas com a dedicação devida. Foi precisamente o que aconteceu, quando um belo dia, ao passar pelo quarto do Bodas, se apercebeu dos nossos problemas para concluir com sucesso o download de um ficheiro. Solícito como sempre, prontificou-se imediatamente a ajudar, perguntando: "Mas para onde é que vocês estão a sacar isso?" Não conscientes da barbaridade que estávamos a efectuar, respondemos: "Para o 'Abiente de trabalho'." Se o olhar matasse, o Batemuma tinha-nos fuzilado aos dois naquele preciso momento! Ultrapassado o choque inicial da nossa resposta, arregalou os olhos, e perguntou-nos muito escandalizado: "Mas vocês não sabem que nunca se deve sacar nada para o 'Ambiente de trabalho'?" Olhámos muito admirados um para o outro e, a medo, respondemos: "Não! Mas porquê?" Abanando a cabeça num gesto reprovador, e à medida que afasta o olhar daqueles dois ignorantes, responde o Batemuma: "Porque isso vai obrigar o computador a dar uma volta enorme para encontrar as coisas!" Portanto, aqui fica o nosso sentido pedido de desculpas a todos os Engenheiros Informáticos deste país pela nossa ignorância...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Vejo poupança no horizonte!

Já aqui abordámos o tema das contas absurdas a que estão sujeitos os moradores desta casa. Não será, portanto, de espantar que aos primeiros rumores da minha mais que provável saída deste palácio, o Bodas entrasse em "modo pânico". Afinal sempre era menos um com quem dividir as pesadas facturas (já para não falar nas secas e tristezas diárias). Preocupado, abordou o assunto com o Batemuma, que, qual pai extremoso, se apressou a tranquilizar o filho aflito: "Agora vamos passar a pagar muito menos de água e de gás, porque ele toma banho duas vezes por dia!" Nem oito, nem oitenta. De facto não sigo o exemplo hidrofóbico dele, mas fico-me por um banho diário. Escusado será dizer que, tal como era de prever, a profecia nem de perto nem de longe se concretizou, e que a carteira do Bodas anda consideravelmente mais leve.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cheira (mesmo) a banana!

Tenho a certeza (quase) absoluta de que quem ler este texto faz, certamente, parte dos 99,99% da população mundial que já tentou, ou a quem já tentaram, pôr em prática a velha história do cheiro a banana do giz utilizado nos tacos de snooker. Posso, contudo, orgulhar-me de ter a invejável honra de pertencer àquele restrito grupo, composto por apenas meia-dúzia de pessoas, que a conseguiu realizar com sucesso. Já se está mesmo a ver quem foi a minha vítima, não está? Confesso que enquanto percorria a mesa de snooker - bons velhos tempos os do já saudoso café "Infante" na Conchada - a delinear a estratégia para o ataque, e a olhar para o isco (um autêntico "Cubo Mágico" em tons de azul e com odor a fruto tropical), pensei que, como sempre, seria mais uma tentativa destinada ao fracasso. Não podia estar mais errado. Apesar das minhas dúvidas, enchi-me de esperança e, pegando no giz, levei-o ao nariz. No fim de inspirar duas vezes com mais intensidade, com o intuito de chamar a atenção do alvo, pus o isco no anzol: "Olha que engraçado, o giz cheira a banana!" Como esperava o "Vai passear!" do costume, fiquei incrédulo ao ouvir o Batemuma muito sério perguntar-me: "O quê? O giz cheira a banana? Deixa ver!" Tinha mordido o isco! Nesta altura tive que reunir todas as minhas forças para me manter sério e conseguir levar a brincadeira até ao fim. Enquanto ele se dirigia a mim, o meu único pensamento era: "Não acredito que ele vai mesmo cair nisto!" Restava-me agora esperar que ele não me tirasse o giz da mão para o cheirar, pois se o fizesse tudo estava perdido. Para meu grande espanto, não só não o tirou, como deixou que eu o levasse direitinho ao "X", desenhado com uma tinta que só eu conseguia ver, mesmo na ponta do seu nariz! A história acaba com o Batemuma muito admirado a olhar para mim, e como não podia deixar de ser, com a ponta do nariz pintada de azul!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Entre baixistas

Como já referimos, o Batemuma é músico, tendo como companheiro inseparável e instrumento de eleição o baixo. Certo dia, enquanto ouvíamos uma música dos Metallica, lembrámo-nos desse pormenor, e resolvemos perguntar-lhe qual a sua opinião em relação ao baixista da banda em questão, Robert Trujillo. Para não variar, não ficámos desiludidos com a resposta prontamente obtida: "Esse gajo parece que está a cagar! Mais um bocadinho e põe um ovo no meio do palco!" Já em relação às qualidades do senhor enquanto músico (a nossa curiosidade inicial), continuamos na ignorância...