quinta-feira, 26 de novembro de 2009

BBC Vida Selvagem

Nada como desfrutar de um bom filme, principalmente na companhia dos amigos, para esquecer as agruras de partilhar a casa com o Batemuma. Foi precisamente o que aconteceu na noite em questão. E tudo parecia estar a correr como planeado: bom filme, bons amigos, e nada de Batemuma por perto a mandar-nos fazer pouco barulho por causa dos vizinhos. Durante a sessão de cinema, o único elemento feminino do grupo - chamemos-lhe Ana Cristina Oliveira - resolveu aconchegar-se no conforto da cama do Bodas. E, acreditem ou não, a senhora fazia-se acompanhar do seu próprio pijama! Escusado será dizer que passados apenas alguns minutos já dormia profundamente. Chegados ao fim do filme, já a madrugada ia a meio, chegou a hora das despedidas. Desconfio que, talvez numa vã tentativa de acordar a menina, o Bodas achou que era uma boa altura para arrumar as cadeiras e compor um pouco o quarto. Uma vez que o barulho feito se mostrou insuficiente para tal, resolveu (aparentemente) apelar ao seu cavalheirismo e deixá-la pernoitar ali (sem nunca desconfiar do frio que este acto nobre o iria fazer passar durante a noite). No entanto, via-se claramente que o facto de ter alguém a ocupar o seu leito o incomodava, e houve uma altura em que não aguentou mais. Assim, depois de eu lhe ter dito qualquer coisa sem importância, diz-me o nosso David Attenborough: "É isso e eu ter um Panda Gigante deitado na minha cama!" A alcunha com que a moça foi baptizada nessa noite ficou até aos dias de hoje. Quanto à boa acção do Bodas, valeu-lhe, graças ao muito frio sentido durante a noite, um valente episódio de alopécia nas pernas. Indiferente a tudo isto estava o Panda, que só de manhã, depois de ver, do conforto da cama alheia, o pobre Bodas agarrado ao termoventilador numa fútil tentativa de se aquecer, se apercebeu da gravidade da situação! O cavalheirismo pode não ter morrido, mas se o arrependimento matasse...

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